Salto alto para quem?
"VocĂȘ pode dizer muito sobre uma pessoa olhando para os sapatos dela"
Hanna Marin
Pretty Little Liars
Um belo par de sapatos de salto alto podem elevar uma produção simples de jeans e camiseta à um patamar elegante, certo? Depende.
Sou doida por salto desde sempre, mas eles parecem nĂŁo me amarem tanto quanto os amo. E como tudo que amamos, com sapatos Ă© como na matemĂĄtica da vida: tentativa, erro e acerto.
Quando comecei a usar saltos, lĂĄ pelos meus dezesseis anos, fui no que era onda na Ă©poca, ou seja, as Anabelas – febre na metade dos anos 90! – e plataformas tipo calçado ortopĂ©dico. VocĂȘ se sentia mais como uma gueixa tentando andar sem torcer o tornozelo de que como uma garota que ganhou, em um passe de mĂĄgica, uns centĂmetros a mais.
Muitas bolhas, cortes no calcanhar e ao redor dos dedos depois, fui percebendo o que funcionava. Houve Ă©pocas em que comprava somente pela aparĂȘncia, nĂŁo me atentava em material ou se eram “andĂĄveis”. Via, achava lindo e abria a carteira.
Depois tive uma fase de Melissas. Como amo uma moda colorida e diferentona, me encantei pelos sapatos de plåstico. E, embora a combinação de suor e material derivado de petróleo não fossem das mais felizes, eu me aventurava. Claro que nunca funcionou, pois era uma mistura redobrada de bolas, cortes, apertos e incÎmodos dos mais variados.
Como nĂŁo ia desistir dos saltos, passei a prezar pela qualidade da matĂ©ria-prima, marcas que caprichavam em acabamento e formato do salto. Pois os agulha sĂł dĂŁo certo para mulheres que praticamente apenas andam de carro ou, entĂŁo, para eventos comemorativos especĂficos, como casamentos, noivados, etc.
Tiras finas de couro Ă la gladiadora podem cortar ou incomodar depois de um tempo, os saltĂ”es extremamente altos maltratam a batata da perna, faixas atrĂĄs do calçado vĂŁo comendo o calcanhar no caminhar. Peep Toes, Ă s vezes, empurram a cutĂcula do dedĂŁo para trĂĄs e fazem feridas. Parece um circo do terror e, isso porque, a moda deveria nos ajudar!
Mas qualquer sapato, por mais lindo que seja, se machuca os pĂ©s, estraga o dia. NĂŁo foram uma e nem duas vezes em que precisei entrar, na emergĂȘncia, em uma loja e comprar um par de chinelos para arrancar o maldito calçado torturante.
Atualmente, desisti do salto alto. No entanto, nĂŁo tomo essa decisĂŁo com alegria. Os saltos sĂŁo lindos e ordinĂĄrios. E nessa cafajestagem toda, meto meu par de tĂȘnis fashionista com orgulho e ando por aĂ, planto bananeira, corro para pegar busĂŁo e nĂŁo fico arrebentada no fim das contas.
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